por
Prof. Esp. Raimundo N. Martins, Jr.
A
Matemática não só é número, antes é uma linguagem como qualquer
outra que tem sua “gramatica”, com suas estruturas e regras, e
sua linguística, que é sua forma de se expressar no mundo. As
outras formas de linguagem é a oral, mais comum, e a visual, muito
apegada às relações do estudo semiótico da linguagem não verbal.
Antes
de idealizar qualquer forma de pensamento matemático, devemos ter o
olhar que “os números constituem a única linguagem universal”
(Nathanael West), através dos quais todo o nosso universo
moderno está estabelecido. Alguém pode até argumentar que a música
também é universal, mas estes esquecem que a música é só mais
uma expressão do plano ideológico da Matemática no mundo real.
Em
sala de aula, o entendimento da linguagem Matemática é tão
importante quanto a assimilação das outras formas de linguagem. É
natural, na ânsia da busca por facilitar a vida do aluno,
professores mudarem a linguagem Matemática e, em seu lugar, usarem a
linguagem comum, sob a justificativa que o que importa é a
comunicação, contudo, esta facilidade tem produzido uma deficiência
no desenvolvimento da linguagem Matemática, principalmente, com as
exigência do mundo das provas contextualizadas onde “aresta”,
que é um termo matemático, vira “lado”, que é um termo mais
voltado a língua oral. O mesmo fenômeno pode ser visto na relação
entre “congruência” e igualdade. Palavras parecidas, mas que
carregam em seu significado divergências quanto a natureza. Algo que
é congruente é correspondente, mas não igual. Ou seja, é algo que
mantem as mesmas relações de proporcionalidade e características
gerais, mas sem haver distinção na natureza. Não existem iguais no
mundo real, só semelhanças, a igualdade só pode ser encontrada no
mundo das ideias. Palavras sinônimas sevem, muito bem, a Língua
Portuguesa e a enriquecessem, porém para a Matemática, devido a
esvaziar a sua linguagem, atrapalha.
A
percepção da Matemática como uma linguagem particular tem de
existir para que haja um bom desempenho quanto ao entendimento do
aluno ao que está sendo tratado. A linguagem oral ajuda, a linguagem
visual ajuda, mas nenhuma das duas substituem a linguagem matemática.
Infelizmente, esta última, é cada vez mais desprezada, e devido a
este comportamento, acaba por provocar, de forma cumulativa, um
distanciamento entre o que é visto e o que é cobrado. Para uma
melhor eficacia no desenvolvimento do pensamento matemático, estas
três formas de linguagem tem de andar juntas, em harmonia, apontando
para a mesma direção. Se este conjunto de linguagens, quando
reunidas, forem focadas sob um mesmo ponto, a compreensão final,
como efeito, será uma só, a compreensão do ponto de convergência
e não das origens de sua causa.
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