quarta-feira, 20 de abril de 2016

A Matemática é uma linguagem que tem de ser considerada


por Prof. Esp. Raimundo N. Martins, Jr.
A Matemática não só é número, antes é uma linguagem como qualquer outra que tem sua “gramatica”, com suas estruturas e regras, e sua linguística, que é sua forma de se expressar no mundo. As outras formas de linguagem é a oral, mais comum, e a visual, muito apegada às relações do estudo semiótico da linguagem não verbal.
Antes de idealizar qualquer forma de pensamento matemático, devemos ter o olhar que “os números constituem a única linguagem universal” (Nathanael West), através dos quais todo o nosso universo moderno está estabelecido. Alguém pode até argumentar que a música também é universal, mas estes esquecem que a música é só mais uma expressão do plano ideológico da Matemática no mundo real.
Em sala de aula, o entendimento da linguagem Matemática é tão importante quanto a assimilação das outras formas de linguagem. É natural, na ânsia da busca por facilitar a vida do aluno, professores mudarem a linguagem Matemática e, em seu lugar, usarem a linguagem comum, sob a justificativa que o que importa é a comunicação, contudo, esta facilidade tem produzido uma deficiência no desenvolvimento da linguagem Matemática, principalmente, com as exigência do mundo das provas contextualizadas onde “aresta”, que é um termo matemático, vira “lado”, que é um termo mais voltado a língua oral. O mesmo fenômeno pode ser visto na relação entre “congruência” e igualdade. Palavras parecidas, mas que carregam em seu significado divergências quanto a natureza. Algo que é congruente é correspondente, mas não igual. Ou seja, é algo que mantem as mesmas relações de proporcionalidade e características gerais, mas sem haver distinção na natureza. Não existem iguais no mundo real, só semelhanças, a igualdade só pode ser encontrada no mundo das ideias. Palavras sinônimas sevem, muito bem, a Língua Portuguesa e a enriquecessem, porém para a Matemática, devido a esvaziar a sua linguagem, atrapalha.
A percepção da Matemática como uma linguagem particular tem de existir para que haja um bom desempenho quanto ao entendimento do aluno ao que está sendo tratado. A linguagem oral ajuda, a linguagem visual ajuda, mas nenhuma das duas substituem a linguagem matemática. Infelizmente, esta última, é cada vez mais desprezada, e devido a este comportamento, acaba por provocar, de forma cumulativa, um distanciamento entre o que é visto e o que é cobrado. Para uma melhor eficacia no desenvolvimento do pensamento matemático, estas três formas de linguagem tem de andar juntas, em harmonia, apontando para a mesma direção. Se este conjunto de linguagens, quando reunidas, forem focadas sob um mesmo ponto, a compreensão final, como efeito, será uma só, a compreensão do ponto de convergência e não das origens de sua causa.

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